Em 19 de setembro, o pedagogo Paulo Freire, patrono da educação brasileira, completaria 100 anos. A data é motivo de celebração e o Centro de Documentação e Memória (CEDEM), da Unesp, promoverá uma homenagem com a conferência Paulo Freire e a educação emancipatória. Um olhar a partir da história latino-americana, a ser proferida em 24 de junho, às 16 horas, por Andrés Donoso Romo, professor do Instituto de Estudos Avançados em Educação da Universidade do Chile e pesquisador do Centro de Estudos Avançados da Universidade de Playa Ancha (Chile).
Paulo Freire (1921-1997) formou-se em Direito, mas dedicou sua carreira a pensar a prática educativa. Sua proposta básica é estimular o pensamento e a reflexão durante o aprendizado a partir da aproximação do método educativo da realidade vivida pelo aprendiz. Essa metodologia inovadora foi aplicada pela primeira vez em 1962, na cidade de Angicos, no sertão do Rio Grande do Norte. Na ocasião foram alfabetizados 300 trabalhadores da agricultura. O projeto ficou conhecido como “Quarenta horas de Angicos” e os fazendeiros da região chamavam o processo educativo de “praga comunista”.
Por considerar a Educação como prática de liberdade (1967), filosofia que também é título de uma de suas obras, publicada em 1967, Paulo Freire foi exilado pelo regime militar (1964-1985), só retornando ao Brasil em 1980. Nesse período passou por diversos países, entre eles Bolívia, Chile, Estados Unidos, Genebra (Suiça), sem deixar de lado seu projeto de educação de alcance social.
Paulo Freire escreveu as obras Pedagogia do oprimido (1968), Cartas à Guiné-Bissau (1975), Educação e Mudança (1981), Ação cultural para a liberdade (1981), Prática e Educação (1985), Por uma pedagogia da pergunta (1985), Pedagogia da esperança (1992), Professora sim, tia não: carta a quem ousa ensinar (1993), À sombra desta mangueira (1995), Pedagogia da autonomia (1997).
Nesta conferência, Andrés Donoso Romo abordará o tema da educação emancipatória, presente na filosofia de Paulo Freire, e que é o objeto de seu mais recente livro A educação emancipatória: Iván Illich, Paulo Freire, Ernesto Guevara e o pensamento latino-americano, lançado no Brasil pela Edusp, em 2020. Na introdução da obra ele avalia: “Estudar o papel que cabe à educação na construção de sociedades mais justas é uma preocupação que instiga há pelo menos um século a intelectualidade latino-americana. Essa tarefa vem se tornando cada vez mais difícil, uma vez que a ascensão do neoliberalismo, por uma parte, tende a desencorajar qualquer empreendimento que possa colocar em risco a ordem social e, por outra parte, procura retirar os temas educacionais do domínio público para circunscrevê-los ao privado”.
Conferencista:
Prof. Dr. Andrés Donoso Romo – Docente do Instituto de Estudos Avançados em Educação da Universidade do Chile e pesquisador do Centro de Estudos Avançados da Universidade de Playa Ancha (Chile). Fez seu doutorado no Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina da Universidade de São Paulo. Suas pesquisas tratam sobre a história e a educação na América Latina. Possui três livros publicados, e o último se intitula: A educação emancipatória: Iván Illich, Paulo Freire, Ernesto Guevara e o pensamento latino-americano, lançado no Brasil pela Edusp, em 2020.
Apresentação:
Profa. Dra. Maria Ribeiro do Valle – Docente da Faculdade de Ciências e Letras (FCL), câmpus de Araraquara, e coordenadora do Centro de Documentação e Memória (CEDEM), ambos da Unesp. Tem artigos e capítulos de livros publicados, além da autoria de 1968: O Diálogo é a Violência – Movimento Estudantil e Ditadura Militar no Brasil, 2ª. edição pela Editora da Unicamp e A violência revolucionária em Hannah Arendt e Herbert Marcuse, 2ª. edição pela Editora Unesp.
Conferência CEDEM
Paulo Freire e a educação emancipatória. Um olhar a partir da história latino-americana
Dia 24 de junho, 16h, pelo Facebook do CEDEM
https://www.facebook.com/CedemUnespOficial/