Depois de três dias intensos de debates, os participantes do IV Encontro do Movimento Pedagógico Latino-Americano aprovaram a Declaração de Belo Horizonte, que vai indicar o rumo das políticas das organizações sindicais dos países da América Latina e teve como destaque a convocação de uma jornada de luta latino-americano para enfrentar a privatização e a mercantilização da educação.
O evento, que começou na última quarta-feira (15/11), reuniu cerca de 750 dirigentes sindicais de 21 países da América Latina, Estados Unidos, França, Suécia, Noruega e Espanha. Foram dias de exposições das experiências pedagógicas desses países com o objetivo de unificar a luta contra a mercantilização e terceirização da educação pública, que tem avançado com a implantação das políticas neoliberais por governos que representam o capital financeiro.
Acesse a declaração na íntegra, em espanhol.
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Na manhã desta sexta-feira, 17, foram apresentadas as propostas aprovadas nos cinco grupos de trabalhos que se reuniram na quinta-feira. Dentre os temas debatidos: O futuro do trabalho dos profissionais da educação no contexto da mercantilização da educação e as novas formas de controle da produção do conhecimento; direito à educação e currículo; valorização profissional; gestão democrática e participação social; e estratégia sindical para o enfrentamento das políticas neoliberais.
As propostas vão fazer parte da memória do Encontro e serão incluídas nos documentos dos futuros eventos da IEAL e vão servir para orientar as ações da organização nos próximos anos na América Latina.
O documento final reafirmou que o Movimento Pedagógico Latino-Americano assume o desafio de construir coletivamente os fundamentos de uma proposta de educação enraizada na cultura e na tradição política da educação como ferramenta para atender os setores populares.
Também foi ratificada a construção do processo para celebrar os 100 anos do nascimento de Paulo Freire em 2021 e fazer o chamamento para todo dia 19 de setembro que as organizações da América Latina façam eventos comemorativos ao nascimento do patrono da educação brasileiro.
“Para nós é um orgulho muito grande manter viva a luta pela educação pública. Que é lutar pelos povos iluminados, pela vontade de construir esse sonho coletivo pela emancipação da América Latina, contra a opressão e o imperialismo”, declarou o presidente da Internacional da Educação para América Latina (IEAL), Hugo Yasky.
Depois de encerrados os trabalhos no Encontro, os participantes vão realizar um ato na região central de Belo Horizonte, na Praça Afonso Arinos, em defesa da educação pública e contra a mercantilização e comercialização na área, a partir das 15h.